Soltando o verbo, abrindo o coração que está pintado de verde, hoje...

Entra devagarinho, senta.. e abre o coração que não é sensato, muitas vezes incoerente, carente por uma natureza que nunca tentou mudar, apenas convive ... e se mostra assim ... na transparência dos ciclos que vão se formando na vida que nada mais são que resultados dos novos e velhos ciclos, se a gente parar para pensar, se arrepia hehe, ao mesmo tempo que vivemos resultados de escolhas, começamos novos ciclos dos quais teremos que arcar com as consequências também...também...paralelamente e  tudo junto, meio sem saber, porque todo conceito é estanque e a vida é mais sábia e ensina melhor a nós que estamos verdadeiramente aprendendo, não que não temos que ter referências, sim precisamos delas, mas o andar da carruagem terá que ser acompanhado, pois se pararmos em alguma definição perderemos a evolução natural que tudo tem e tudo anda prá frente, do jeito e na história que foi formatado... Hoje é um dia que tirei para falar, analisar,  talvez porque muitas coisas se acumularam e conversando elas muitas vezes se organizam, e nada melhor do que... conversar com amigos, e amigos são sintonias que a gente cria, os escolhemos e os recebemos assim, como amigos. A cada ano eu me despeço daquela idade, como um balanço, um reconhecimento ou mesmo alguma queixa, não que ela seja profunda, até pode ser, mas entendo que ao colocá-la para fora, me despeço dessa queixa.. e quem não disse que amigo serve como terapia, um ombro espichado para nossas dores, se esqueceu de mencionar, pois somos nós quem escolhemos os amigos, recebendo-os e acomodando no nosso peito porque de uma forma ou outra viabilizamos a troca e se escolhemos os amigos pelos sorrisos e o brilho no olhar, escolhemos pelo tamanho do ombro hehe, claro que é o meu ponto de vista, pode haver controvérsias....pois bem, estou com 54 anos, e farei 55, afff.. vendo pelo lado bom era o que eu sempre falava, sim pois ando com algumas dúvidas da totalidade de que envelhecer seja o melhor, principalmente porque a cota de saúde vai chegando quase no vermelho eheh, mas parcialmente.. concordo, cada dia estou melhor, mesmo com toda minha exigência pessoal devo reconhecer que sim, pela boa  vontade na aprendizagem, pela quietude do coração e pela experiência que dos tropeços se faz a arte de viver, na qual se perdoa mais facilmente, e se pede mais perdão sem propriamente ter culpa, mas pelo simples fato de que não se quer ficar sem as pessoas que se ama, não importam os percalços. A consciência da nossa fragilidade como ser, nessa fase, é mais viva à medida que os anos se acumulam na nossa vida, já dizia minha avó, o tempo é o melhor remédio. O tempo nos ensina e mesmo derrubando alguns sonhos nos coloca no tempo próprio de cada um. Mais cedo ou mais tarde, as expectativas dão lugar à realidade e a realidade não é a ideal, realidade ideal não existe, o sonho é ideal. O que é real é o que vivemos, e isso traz uma certa melancolia porque muitas vezes não sabemos como fazer e o quê fazer numa vida que não tem ensaios, só primeiros, segundos e terceiros atos -sem volta, definitivos... até porque as marcas que deixamos apesar de profundas, são provas da inexperiência e claro que temos que acreditar que algo nos protege, pois inexperientes fizemos escolhas nem sempre tão bem pensadas e a oração deve ter surgido dessa consciência do quanto somos imperfeitos, despreparados para tantas expectativas, nossas e dos demais que cativamos pelo decorrer da vida. A oração nos apruma e nos dá esperança e como crianças ficamos, querendo aprender tudo de novo, sempre é tempo...

Mas estar numa meia idade, hehe, é claro que o fim parece mais próximo e nossa... tanta coisa prá fazer, tanta coisa que não se fez direito...e essa é a parte  melhor, porque nesse momento paramos de atirar as pedras que na adolescência eram bumerangues nas nossas mãos, construímos pontes, como já dizia o poeta, pontes de resgate contínuo e manutenção do que conquistamos, pontes de segurança para nós e para quem queremos ao nosso lado,  paramos porque sabemos também que só o tempo vai ensinar, o tempo de errar, o tempo de aprender e o tempo de perdoar... E também não existe idade que determine o fim, o fim pode ser logo que se nasce e o fim pode ser bem depois que se nasce, não se tem a senha desse enigma que é partilhado por todos e alguns já gritaram eureka quando descobriram que o presente é que é um presente, o presente é único, outros mais sábios ainda disseram que não adianta o maior conhecimento do mundo se não tivermos amor no coração e assim, pela experiência dos outros, facilitamos a nossa caminhada. Obrigada a Deus que me sustenta, obrigada a todos os presentes na minha vida e da minha vida, obrigada meus amigos por permitirem que eu tenha um canal de expressão do meu coração. O tema de hoje é a Esperança e meu verbo, como sempre é  de co ra ção. Beijos!

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